Eu fui totalmente fisgada só por esse título... Queria ver você feliz... Muito autoexplicativo, é tão sentimento vasto, vazio, desejo sem retorno, sei lá, passa uma ideia muito triste. E eu amo tristeza.
HÁ QUEM O CHAME de Eros, Kama, Philea ou Ahava. O Amor, esse personagem mítico, desempenha o papel de narrador na história real do casal Caio e Maria Augusta, pais da autora Adriana Falcão. O Amor se descreve como perfeccionista e obcecado pelos detalhes, nada que o impeça de ser um bocado descuidado com as consequências dos sentimentos que provoca com suas flechas.
Assim, com uma linguagem poética e ao mesmo tempo muito bem-humorada, Adriana revela para seus leitores aquilo que poderia ser descrito como uma história trágica protagonizada por dois personagens atormentados por seus demônios. Apaixonados, Caio e Maria Augusta se casam no Rio de Janeiro da década de 1950 e têm três filhas. Todo o sentimento que eles compartilham não impede que a personalidade exuberante de Maria Augusta se torne mais obsessiva e asfixiante com o passar do tempo, apesar dos medicamentos e dos tratamentos psiquiátricos. Caio, por sua vez, aprofunda uma melancolia que existia nele desde a adolescência, e que culmina nos anos 1970 em tentativas de suicídio.
Mais do que uma história com um final dramático, trata-se de memórias afetivas que alternam momentos de intensa felicidade e outros tantos de dor, como acontece nas melhores famílias."
Fora que... Clarice Falcão. Amo essa garotinha, ela e o marido super fofo dela. Eles, inclusive, fizeram um vídeo cantando a música preferida do casal do livro, Caio e Maria Augusta. Ouvi essa versão várias vezes, na maior ansiedade pra ler o livro, sofrendo nas tentativas frustradas de compra, etc.
O livro finalmente chegou e eu estava triste porque sabia que iria acabar no mesmo dia, gente que sofre por antecedência... Eu já sabia o final dessa história, li sem querer na coluna da escritora no blog da Intrínseca. O "spoiler":
Eu sabia que a história de um casal tão intenso quanto os meus pais, que termina com ele se matando, e ela morrendo de overdose, era bonita.Foi aquele choque que me fez querer o livro mais ainda.
O livro é composto pela narração do Amor, fotos, e uma série de cartas trocadas entre M.A. e Caio.
Preciso pular logo para parte em que digo que minha leitura foi INTEIRAMENTE pessoal, comecei a ler, depois, só pensava em mim e no meu finado relacionamento amoroso. Eu me vi em Maria Augusta, eu me vi em Caio, eu me vi em todos esses seus lados nada coloridos, eu vi o meu relacionamento.
A Maria Augusta é extremamente exagerada, e urgente, um tanto quanto louca. O Caio com suas crises, perguntas, perguntas, noites em claro, perguntas, olha pro teto, pergunta. Me vi numa sala de espelhos, sabe.
" Caio,
Estou há mais de duzentas horas esperando algum sinal da sua existência e já começo a achar que você é apenas imaginação minha.
Eu devo ser muito imaginativa para imaginar alguém tão sem coração quanto você, se é que você existe e está me deixando sofrer assim.
Se não chegar nenhuma notícia até amanhã vou ter que aceitar que, se você existe, não liga a mínima para mim.
Maria Augusta "
Fora todos os "responda logo responda logo responda logo", todas as especulações... Exagero e urgência. Me lembra uma vez que alguém viajou e com menos de 12hrs sem responder, eu já estava fazendo pesquisas em sites de notícia da região, em busca de possíveis acidentes. Era só um celular quebrado. Também me identifico com todos esses discursos dela, nunca de poucas palavras, uma necessidade gigantesca de falar falar falar falar, e eu sou MUITO introvertida, mas no meu ex relacionamento, nesses dois quesitos, eu era idêentica a Maria Augusta.
E sobre o Caio:
"[...] vivia acompanhado por uma gigante insegurança e aquela constante nostalgia - do que acontecera, do que jamais houvera acontecido e, principalmente, do que podia acontecer. Tinha, sim, uma inclinação parar tristeza, mas adorava se divertir e aprontar da suas.Eu pensei muito sobre como essa relação M.A. x Caio se assemelha a minha ex relação, e todo o tempo eu fiquei pensando em - nossa, se tudo não tivesse acabado, nosso final seria igual a esse? -
[...]
Uma pessoa que veio meio errada de saída, pois talvez não gostasse de ser uma pessoa, apesar de gostar de um bom livro, uma boa comida, uma boa bebida, coisas das quais as pessoas gostam. Alguém que se sentia estranho à vida, forasteiro dos dias, desmerecedor do oxigênio terrestre, inadequado, alguém que tinha medo de não acertar. Deu pra entender? Nem precisa. O próprio Caio mal se entendia.
Sei lá.
Adicionais:
- A última tentativa de suicídio do Caio foi na data de aniversário do meu ex (que nem sonhava em nascer na época)
- O livro me deixou bem deprimida "olhando pro teto, procurando respostas"
- Quando sozinha, eu sou o Caio, em um relacionamento, sou a Maria Augusta
- Meus próximos livros da lista são uma biografia de renato russo (morreu) e eleanor & park (parece ter tragédia no final), ou seja, lá vem mais depressão literária
- Meu DNA é uma receita de pudim
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